Distância
Exposição DigitalSala 2020
Zizi Ramires
// Zizi Ramires nasceu em Coimbra em 1994. Vive e trabalha em Lisboa. Concluiu o curso de Pintura na Faculdade de Belas Artes de Lisboa em 2016 e o Mestrado de Mercados da Arte no ISCTE em 2018.
Conta com exposições individuais, de onde se destacam “Assim começa o Espaço” (Galeria Pinho Dinis, Coimbra, 2016); e a conceção artística da exposição Desenhar o Tempo (Museu Machado de Castro, Coimbra, 2016; Museu da Misericórdia, Viseu, 2018; Casa Municipal da Cultura, Estarreja, 2019). Conta ainda com exposições colectivas em diversos países como Portugal, Espanha, França, Israel, Nova Zelândia, Grécia.
// Em “Ataque!” falo de uma possibilidade de refúgio da condição em que nos encontramos através de simples jogos (tradicionais, de tabuleiro, virtuais - cada um deles representados numa obra), uma forma de passar o tempo que me trouxe alguma felicidade nos primeiros momentos de quarentena.
A variedade de conceitos possíveis de um objecto tendo em conta o seu contexto é um tema aqui retratado nas perspectivas impostas e divergentes da veracidade. O facto de a peça se inserir num quadro criado através da manipulação digital impõe uma visão tendenciosa que nos inclina para uma virtualidade verosímil. É interessante o efeito de vertigem causado pelo transporte de um local para o outro sem dar tempo ao nosso cérebro de se aperceber. Será que esta experiência não é só ilusão? Aqui neste caso também facilmente acreditamos neste suporte virtual falacioso.
Relativamente à obra “Ataque!” os objectos encontram-se todos juntos a atacar uma chávena de café, o que nos inclina para uma distracção infantil num tabuleiro falso criado por uma toalha em cima da mesa. As peças são de jogos diferentes propositadamente de forma a não haver nenhuma definição de um jogo particular, mas sim colocar um conceito geral de “jogo de tabuleiro”. Esta colocação pretende desconstruir a barreira de espaço físico e virtual, ou da possibilidade de imersão dentro da nossa própria imaginação.
Por outro lado, a série Dallol que estive a desenvolver nestes últimos meses retrata também este tema: retrata ambientes virtuais através da apropriação de fotografias online de um espaço que não conheço pessoalmente. Pelo olhar dos mediadores anónimos, reproduzo o lugar sem qualquer indicação de escala, criando várias possibilidades de visão de um mesmo espaço à semelhança do que conseguimos observar numa pesquisa simples do google - o desconhecido está à distância de um clique.
- Zizi Ramires
Conta com exposições individuais, de onde se destacam “Assim começa o Espaço” (Galeria Pinho Dinis, Coimbra, 2016); e a conceção artística da exposição Desenhar o Tempo (Museu Machado de Castro, Coimbra, 2016; Museu da Misericórdia, Viseu, 2018; Casa Municipal da Cultura, Estarreja, 2019). Conta ainda com exposições colectivas em diversos países como Portugal, Espanha, França, Israel, Nova Zelândia, Grécia.
// Em “Ataque!” falo de uma possibilidade de refúgio da condição em que nos encontramos através de simples jogos (tradicionais, de tabuleiro, virtuais - cada um deles representados numa obra), uma forma de passar o tempo que me trouxe alguma felicidade nos primeiros momentos de quarentena.
A variedade de conceitos possíveis de um objecto tendo em conta o seu contexto é um tema aqui retratado nas perspectivas impostas e divergentes da veracidade. O facto de a peça se inserir num quadro criado através da manipulação digital impõe uma visão tendenciosa que nos inclina para uma virtualidade verosímil. É interessante o efeito de vertigem causado pelo transporte de um local para o outro sem dar tempo ao nosso cérebro de se aperceber. Será que esta experiência não é só ilusão? Aqui neste caso também facilmente acreditamos neste suporte virtual falacioso.
Relativamente à obra “Ataque!” os objectos encontram-se todos juntos a atacar uma chávena de café, o que nos inclina para uma distracção infantil num tabuleiro falso criado por uma toalha em cima da mesa. As peças são de jogos diferentes propositadamente de forma a não haver nenhuma definição de um jogo particular, mas sim colocar um conceito geral de “jogo de tabuleiro”. Esta colocação pretende desconstruir a barreira de espaço físico e virtual, ou da possibilidade de imersão dentro da nossa própria imaginação.
Por outro lado, a série Dallol que estive a desenvolver nestes últimos meses retrata também este tema: retrata ambientes virtuais através da apropriação de fotografias online de um espaço que não conheço pessoalmente. Pelo olhar dos mediadores anónimos, reproduzo o lugar sem qualquer indicação de escala, criando várias possibilidades de visão de um mesmo espaço à semelhança do que conseguimos observar numa pesquisa simples do google - o desconhecido está à distância de um clique.
- Zizi Ramires