Um dos vídeos que enviei, “Bird eating banana” foi feito com uma trap cam, câmera com sensor de movimento utilizada por cientistas para monitorizar espécies de animais. É uma câmera performática pois é activada por um corpo. O movimento é exigido para a captação da imagem. Já utilizei em alguns trabalhos e é um medium que quero explorar mais.
O vídeo que enviei foi feito no Rio de Janeiro, coloquei uma banana em frente da câmera com a intenção de manipular a imagem, fazer com que a câmera fosse activada. E assim foi, um pássaro amarelo cuja espécie desconhecia comeu a banana.
Uma das melhores formas de obtermos conhecimento sobre outras espécies, na era digital, é sem dúvida a internet, os livros também e os documentários de vida selvagem. Sabemos que quem filma os animais na natureza, por vezes, demora anos a ter uma filmagem da espécie. Penso que o ecrã seja um ajudante da conservação das espécies nesse sentido. Apresenta uma proposta de ver e percecionar a vida selvagem que exclui a presença corporal. Na proposta dos jardins zoológicos que tem muitas repercussões na sociedade, como a procura por obter espécies selvagens como animais domesticados etc., ver para crer, ver o corpo presencial parece uma necessidade que motiva o enjaulamento, mas não passa de uma desculpa, um privilégio.
Deste modo, fiz uma pesquisa na internet para tentar descobrir a espécie de pássaro que a trap cam 'capturou'. Essa pesquisa foi arquivada ao gravar o ecrã do telemóvel enquanto pesquisava.
Penso ter descoberto.
O vídeo que fiz cruza estas duas realidades, justapostas, a do Rio de Janeiro e a da pesquisa virtual”.