O meu projecto começou porque tinha que criar um projecto de final de licenciatura e decidi debruçar-me sobre o conceito de utopia. E comecei por fazer um caderno de pesquisa referencial e visual, tornando-se algo muito pessoal a certa altura devido às relações que criava... a utopia levou-me à distopia e ao não lugar. E o facto de ter um "tema" tão abstrato visualmente começou a causar-me problemas porque era muito racional em modo de pesquisa e muito intuitiva ao fotografar, causando um conflito - mesmo que fotografasse com a utopia ou o não lugar na cabeça, não sabia torná-la mais palpável. E nessa altura andei a explorar os limites das coisas - a materialidade e a imaterialidade por meios de aproximação ou distanciamento. E foi aí que surgiu o não lugar relacionado com o mundo virtual e comecei a tentar procurar a virtualidade na realidade - através do corte com algo referencial. Nessa altura tive de apresentar o projecto e parei por algum tempo. Ficou mal resolvido mas voltei a ele ao inverter as posições: trabalhar o real através do virtual.
Por meio de plataformas como o Maps ou o Google Earth, interessava-me o mapa (pelo olhar aéreo que temos sobre ele) e pelo virtual que acentua esse poder sobre o mapa, mas também as fotografias 360° que nos colocam na experiência de outrem. Acho que se pode resumir pelos exploração dos limites da fotografia digital e a própria imaterialidade inerente à mesma.